Testemunhos

Testemunho Marta Morais


IMPACTO DO PROCESSO RVCC NA MINHA VIDA



Terminado o Portfólio da história da minha vida, compilação que reúne, não só o trabalho, esforço e dedicação despendidos ao longo dos últimos meses, mas também, o relembrar de todo um conjunto de vivências, conhecimentos e experiências adquiridas ao longo da minha vida, a nível familiar, profissional e social. Para além de relembrar todas as aprendizagens e competências que adquiri ao longo dos meus trinta e três anos, esta experiência serviu também para ver reconhecidas ao nível do 9.º ano, competências em diferentes áreas do saber: Cidadania e Empregabilidade, Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), Matemática para a Vida e Linguagem e Comunicação.

É claro que me debati com algumas dificuldades, especialmente em termos de disponibilidade, porque a minha atividade profissional exige demasiado rigor e concentração no cumprimento do serviço, com várias horas de permanência para além do horário normal, em função das constantes alterações introduzidas à legislação, na aplicação de novos programas informáticos, assim como, na responsabilidade de orientar, coordenar, supervisionar e executar as atividades desenvolvidas, que tenho a meu cargo.

Por outro lado, considero gratificante verificar que consegui atingir o objetivo a que me propus, superando as dificuldades ocorridas, para o que muito contribuiu a minha motivação pessoal, o estímulo e incentivo do meu namorado e a cooperação dos professores que me orientaram.

Nesta tarefa de sistematizar e valorizar conhecimentos adquiridos ao longo da vida podemos, finalmente, dar valor à escola da vida, às experiências que vamos coligindo e à forma como vamos fazendo opções. Nem sempre é um trajeto fácil. Não raras as vezes, levou-me a reconhecer lados negativos, em experiências que recordava como inteiramente positivas e perceber consequências positivas em acontecimentos negativos. A autoavaliação e a autocrítica requereram ao longo deste processo um grande esforço e adaptação.

Na minha perspetiva, vivemos numa sociedade virada para o “parecer” e muito pouco preocupada com o ser. Todavia, neste processo de “oportunidade” descobri quem sou, “amolguei-me” e viajei à procura de mim mesma. Encontrei neste caminho “esqueletos no armário” e vesti-o de cores foliadas para esconder a dor. Muitas vezes, quando somos obrigados a refletir, somos também obrigados a despi-los e encará-los de frente, em toda a sua fealdade. O resultado? Às vezes só crescimento, outras vezes ainda a dor… de pensar.

Toda esta expedição é isto e muito mais, é odisseia, um exame e um julgamento ao "filme" da minha vida, quando deixamos de ser “somente” os protagonistas e passamos a ser, concomitantemente, críticos ferozes da nossa própria atuação.



Marta Cristina Dionisio Morais
Covilhã 


Nível B3  - certificação em finais de Novembro de 2012
Profissional RVC Dr.ª Olga Marques Filipe 

 

 

 

Em Retrospetiva

Testemunhos 




Adultas de Nível Secundário RVCC
do Centro Hospitalar Cova da Beira



(Maria, Leonor, Gabriela, Maria do Carmo, Elisabete, Otília e Ana Maria… )


“Este processo é dedicado à Maria Reis, à vitória que o seu percurso de vida lhe outorgou. O sonho de menina ganhou forma e vida. Hoje olho para trás e sinto-me orgulhosa de tudo o que já consegui na vida. Não penso parar, espero alcançar mais, dar os melhores princípios e conhecimentos ao meu filho.”


“Sou uma pessoa que gosto muito de ver os outros felizes, embora saiba que nem sempre os nossos desejos são conquistas reais. A vida tem sido para mim uma forte lição diária e com ela tenho aprendido que nem tudo o que queremos nos é dado. É importante sentir que, apesar de tudo, a vida está constantemente a oferecer-nos coisas boas. É pena que seja tão difícil obtê-las. Por isso deixo nestas linhas escritas um pouco de mim. Em relação a perspectivas para o futuro, neste momento pretendo finalizar o 12.º ano, para poder subir na carreira profissional. E, como a incerteza e instabilidade são cada vez maiores, é sempre bom termos um maior nível de escolarização, para se poder concorrer a concursos, em que é exigido o 12.º Ano. Outro objectivo na minha vida é o ingresso no Ensino Superior. Sei que é difícil, mas sem esforço e dedicação nada se consegue. Desejo ter mais um filho, para o crescimento da minha família, porque são eles a alegria do nosso lar. E para poder ter uma família feliz espero que nunca me faltem as forças para trabalhar e realizar todos os meus desejos.”


“Este novo desafio, a inscrição no Programa Novas Oportunidades, veio ao encontro dos meus objectivos de vida pessoal e profissional. De facto, por um lado, permitiu-me recuperar o tempo perdido, adquirir novos conhecimentos, aprofundar outros, conhecer novas pessoas, ou seja, contribuir para o meu bem-estar pessoal. Por outro lado, a aquisição de novas habilitações abre as portas a novos desempenhos e desafios profissionais. Esta é a minha postura e até costumo incentivar as minhas colegas que não acabaram a escolaridade obrigatória para voltarem a estudar. Faz-me confusão como é que não têm por vezes vontade de aprender mais. Em relação ao futuro, não gosto de fazer muitos projectos, mas eu gostava muito de concluir o 12º ano e talvez concorrer ao exame dos maiores de 23 anos. Isto, se ainda houver oportunidade, uma vez que como todos sabemos, o país passa por dificuldades. O meu local de trabalho é muito bom e gosto muito de fazer o que faço e não me arrependo de ter feito este esforço e dedicar tempo a esta opção. Porque esta atitude é que me vai ajudar, porque é feita uma avaliação, e devo tentar ser uma boa profissional e melhor ainda, se estiver qualificada para tal. Com isto só terei vantagens em termos da vida profissional, pessoal e social.”


“Conclui o processo RVCC, aproveitando assim a oportunidade que me foi oferecida, de obter a certificação do 12º ano, um objectivo que fui obrigada a deixar para trás há muitos anos. Pois como já referi na minha história da vida, devido às enormes dificuldades económicas que existiam naquela época, fui forçada a abandonar os estudos para ir trabalhar, e assim contribuir para o sustento da família. Esta certificação, penso que tem ainda alguma importância na minha vida, apesar da minha idade. Pois, profissionalmente, oferece-me uma maior segurança e estabilidade, contribuindo também para uma maior valorização pessoal.”





“No ano de 2008, com o RVCC, consegui concluir o 9.º ano, algo que, na altura, me trouxe uma grande satisfação pessoal, na medida em que era um objectivo de há muitos anos. A aspiração de continuar era grande, e assim que houve essa oportunidade, três anos mais tarde, não pensei duas vezes. Tinha a perfeita noção de que não seria tarefa fácil, mas a minha vontade e desejo de concretizar este sonho, eram maiores. Hoje sinto-me orgulhosa de mim mesma...valeu a pena todo este processo".

“Para mim em termos pessoais e profissionais, principalmente, é muito importante porque me qualifica e aumenta o reconhecimento das minhas competências e me torna uma pessoa em pé de igualdade com colegas meus, que tinham já essa qualificação. Foi muito boa esta oportunidade. Penso por isso continuar a qualificar-me com mais formação para o futuro.”


“A razão pela qual eu me inscrevi no processo foi para poder adquirir o 12.º Ano de Escolaridade, porque voltar a estudar à noite era-me totalmente impossível. Uma das razões é o pouco tempo que tenho, e o meu horário de trabalho, que tal não me permitia. Assim, inscrevi-me no programa Novas Oportunidades. Gostei da forma como se trabalhou, porque me fez pesquisar e rever conhecimentos e até reflectir mais profundamente sobre aspectos a que, provavelmente, dava pouca importância – os meus saberes, os que decorrem das competências adquiridas na minha experiência da vida. E também, confesso, para poder ter portas abertas para outras formações, e desafios de vida, se alguma vez essa opção se colocar.”


A Profissional de RVC: Dr.ª Olga Marques Filipe







Testemunhos de Orjais
“As Razões”

Diremos apenas palavras breves,
São apenas palavras nossas…

Como Bons Formandos,
Fizemos a nossa inscrição porque desejávamos reconhecer os nossos conhecimentos bem como aprender muito e muito mais.
Na nossa qualidade de formandos responsáveis procuramos sempre cumprir todas as tarefas, com equilíbrio, delicadeza, personalidade e compreensão porque reconhecemos que o caminho é longo. Queremos (re) aprender a força das palavras, do contar, do inovar, do socializar… estas serão fórmulas para nos sentirmos muito mais protegidos e integrados socialmente.
Mas nós sabemos que nada sabemos porque as fontes do nosso conhecimento não passaram além do ensino primário ou básico incompleto. Sabemos que nada sabemos porque não somos qualificados para compreendermos muitos dos acontecimentos nacionais e internacionais mas sabemos que é preciso mudar o estado das coisas, principalmente, o da qualificação escolar. Por isso a importância do aumento da nossa escolaridade e das nossas aprendizagens. Como diz o ditado “O saber não ocupa lugar”.
Sabemos também, neste desígnio que, a mudança passa por nós porque o nosso futuro assenta no caminho por nós traçado e pela nossa vontade e desejo do querer… “Sonhar é bom” e temos que conseguir conquistar esse sonho, daí a integração no Processo de RVCC. Este processo irá dar-nos a possibilidade de seguirmos por outros caminhos que até agora não podíamos ir, bem como nos despertou o desejo de conhecer melhor outras ferramentas até agora um pouco longe do nosso dia-a-dia, por exemplo, a informática.
Temos fé e sonhamos porque o sonho comanda a vida, daí o nosso esforço.
Ao terminarmos este processo sentimos uma imperiosa necessidade de agradecer o esforço de todos os profissionais envolvidos no projeto, manifestando-lhes a nossa cordial amizade num sentido profundo de agradecimento.
O nosso Bem-Haja.  

Autores:

António Caronho
António Carlos
António Pinto
Carlos Morais
José Rodrigues
Maria Helena Seabra
Maria de Lurdes Lucas
Maria de Lurdes Milhano
Rui Almeida
Rui Fernandes






Cinco anos do CNO da ESCM

Dr.ª Maria Rosa A. P. Macedo
(Coordenadora Pedagógica do CNO ESCM)

A Escola Secundária de Campos Melo tem sido uma escola de referência, também na área da educação de adultos ao longo de 128 anos da sua existência. A Escola tem apostado numa rede de oferta diversificada, quanto ao tipo de competências que os mesmos desenvolvem, com a maior diversificação possível, nomeadamente nos Cursos Científico - Humanísticos, Tecnológicos, Profissionais, Cursos de Educação e Formação de Jovens e de Adultos, e Cursos de Especialização Tecnológica (parceria ESTEBI), com saídas escolares com continuidade para atrair vários tipos de alunos, cujos objetivos se querem satisfazer de forma adequada ao respetivo perfil e interesses dos formandos, atendendo prioritariamente às necessidades do tecido empresarial, local e regional. O lema do Projeto Educativo da ESCM  - Uma Escola que se orgulha do passado, que reflecte sobre o presente e que constrói o futuro - levou à diversificação das ofertas educativas, criando uma escola para todos e um percurso para cada um. Foi neste âmbito que foi criado o CNO, não descurando a qualidade, a exigência, o rigor, a objetividade e o humanismo pelo qual sempre nos pautamos. Foi com este espírito que em 2005 aceitámos o desafio de nos candidatarmos a Centro RVCC, a fim de podermos dar o nosso contributo na educação e formação de um público adulto, que necessita de uma nova oportunidade, para ver reconhecidas, validades e posteriormente certificadas as competências adquiridas ao longo da vida.
A partir do momento em que foi apresentada esta proposta à comunidade escolar, gerou-se uma dinâmica que permitiu mobilizar profissionais, formadores e técnicos que se voluntariaram e empenharam, quer na organização/instalação do Centro, quer na divulgação desta oferta educativa. O CNO da ESCM deverá ser uma entidade com forte enraizamento local, espaço privilegiado de contacto com os adultos e de excelência para a aplicação e desenvolvimento de novas metodologias de reconhecimento e validação de competências, características a que a nossa escola obedece.
A participação dos adultos em eventos organizados na ESCM leva a senti-los integrados na comunidade escolar, muitas vezes onde os seus filhos estudaram ou estudam. É com orgulho que muitos adultos referem a oportunidade que tiveram de voltar à escola.
Os testemunhos dos adultos no blog do CNO, no jornal da Escola, no programa do CNO na Rádio Clube da Covilhã, sobre o trabalho desenvolvido durante o seu processo RVCC, são  para equipa técnico pedagógica que os acompanha, o reconhecimento da  sua dedicação.
O CNO da ESCM desenvolve o seu trabalho na sede e em regime de itinerância (42 itinerâncias ao longo de 5 anos de atividade), nos concelhos de Covilhã, Fundão e Belmonte, proporcionando também, às populações mais afastadas, a possibilidade de melhorarem as suas habilitações e formação ao longo da vida. O número de adultos com baixa escolaridade ainda é considerável nesta região, como se pode constatar pelo encaminhamento feito pelo Centro de Emprego.
Através de parcerias com várias entidades formadoras, oferecemos aos adultos formações modulares em diversas áreas (Informática, Línguas Estrangeiras, Higiene e Segurança no Trabalho, Primeiros Socorros, etc). De setembro de 2006 a dezembro de 2011, certificámos pelo processo RVCC, 1090 adultos. Através dos CEFA, certificámos 158 adultos, até dezembro de 2011.
O trabalho desenvolvido pelo CNO da ESCM tem contribuído para a melhoria das habilitações académicas dos adultos, para o gosto pela aprendizagem ao longo da vida, pelo aumento das suas competências, da sua auto estima e da sua valorização pessoal.


Coordenadora Pedagógica do CNO
Mª Rosa A. P. Macedo






CNO da ESCM – Valorizar a Experiência e o Saber
DRª SANDRINA MARQUES (AVALIADORA EXTERNA DE RVCC)

Com gosto partilho a minha experiência, enquanto avaliadora externa neste centro de novas oportunidades. Quero realçar o trabalho desenvolvido pelo centro, permitindo que muitos concretizassem um sonho, outrora abandonado, possibilitando assim o acesso a qualificações e naturalmente a uma progressão a nível pessoal, social e profissional. Neste sentido, tem sido gratificante verificar o profissionalismo, acompanhamento e empatia de todos os envolvidos, junto dos adultos.
É com entusiasmo e satisfação que tenho participado nalgumas sessões de júri de certificação, tendo sido “brindada” com PRA’s interessantes que evidenciam de forma inequívoca as competências adquiridas ao longo da vida. No que diz respeito às apresentações é evidente a motivação, o rigor e o empenho por parte dos adultos presentes a certificação, traduzindo-se num resultado positivo e numa visível melhoria da sua auto-estima.
De salientar a experiência enriquecedora na APPACDM que reflete a vontade desta oportunidade estar ao alcance de todos aqueles que a ambicionam, bem como a de quem aceita este desafio não por razões profissionais mas porque acredita que o reconhecimento das suas competências, qualificações e aprendizagem ao longo do tempo é fundamental para uma valorização pessoal.
Congratulo todos os que se inscreveram neste processo, aceitando partilhar de forma pública e pessoal a sua experiência.
Termino, felicitando o CNO pelo trabalho que tem vindo a desenvolver e espero poder continuar a atestar e contribuir para o bom desempenho do centro.





Novas Oportunidades – Educar na Diferença

Dª Vera Pereira
(Profissional no CNO ESCM)

No dia 5 de Dezembro de 2011, o Centro de Novas Oportunidades (CNO) da Escola Secundária Campos Melo levou a cabo mais uma sessão de júri de certificação. Esta sessão, à luz do que acontece em muitas outras itinerâncias, decorreu nas instalações da APPACDM – Covilhã, uma vez que os adultos eram utentes desta mesma Instituição.
Por conceber a educação como um direito humano, que deve ser preservado, pese embora as especificidades individuais e o trabalho individualizado que tal implica, a equipa técnico pedagógica do CNO da ESCM procedeu ao ajuste de procedimentos, metodologias, materiais e estratégias, tendo tal culminado na certificação de nível B1 dos adultos Francisco Rebelo e Ricardo Torrão. Assim, ao longo de cerca de um ano foi desenvolvido um trabalho regular, com vista ao desocultar de competências, de acordo com o previsto na missão do Centro.
Pelas particularidades acima descritas, o Centro facultou o acesso à educação. Esta trata-se de uma educação disponível uma vez que se encontra à disposição de todo e qualquer público, de forma gratuita, acessível dado que assenta no princípio da não discriminação, ajustada na medida em que se processa de acordo com os critérios previstos e regulamentados no âmbito da educação de adultos e adaptada pois trata-se de uma educação que vai ao encontro das diferentes realidades em causa.
A sessão de júri decorreu na presença da equipa técnico-pedagógica, da Coordenadora do Centro, Dr.ª Rosa Macedo, e da Avaliadora Externa, Dr.ª Sandrina Marques, tendo sido um momento digno de registo, pautado, como sempre, pelo rigor e excelência que caracteriza este Centro Novas Oportunidades, bem como pelo respeito pela diferença e pela promoção da igualdade social.



OPORTUNIDADES DE VIDA

Mestre Leopoldo Martins Rodrigues
(Avaliador Externo de RVCC)

Enquanto Avaliador Externo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), comecei a colaborar com o Centro Novas Oportunidades (CNO) da Escola Campos Melo, em Julho de 2008. Desde aí até ao presente, tive o privilégio de acompanhar o excelente trabalho que a Escola, através do CNO, vem fazendo em prol da educação de adultos.
Quando questiono os candidatos a uma certificação, sobre qual a importância que o processo de RVCC teve nas suas vidas, a resposta é quase sempre elogiosa. Por um lado, aplaudem a iniciativa Novas Oportunidades, por outro, enaltecem o trabalho do CNO. Os termos “competentes”, “muito bons profissionais”, “motivadores”, “responsáveis”, “exigentes”, são frequentemente usados para caracterizar a equipa coordenada pela Dra. Rosa Macedo.
Estou plenamente convencido que os elogios não são forçados nem circunstanciais, antes, reflectem o sentimento de satisfação pelos resultados alcançados. É que começar a gostar de Matemática aos 30, 40, 50 ou 60 anos, descobrir, ou redescobrir, o gosto pela leitura, começar a utilizar os computadores, tomar consciência da importância que a informática pode ter nas suas vidas, ou valorizar os seus direitos cívicos, são apenas algumas das conquistas que a grande maioria dos adultos que frequentam o processo de RVCC jamais imaginaram poder alcançar.






NOVAS OPORTUNIDADES – NOVAS APRENDIZAGENS

Testemunho de Maria Alcide
(Formanda no CNO ESCM)

O meu nome é Maria Alcide e tenho 54 anos. Parte do meu percurso escolar foi feita nesta escola donde saí em 1973 sem ter terminado o curso a que me tinha proposto. Mais tarde, com mais maturidade, arrependi-me de não ter terminado o mesmo mas como já tinha vida formada e com filhos não tive disponibilidade para voltar a estudar.
Recomecei o meu percurso escolar aos 52 anos através das Novas Oportunidades concluindo o 9º ano e prosseguindo posteriormente para o 12º ano, o qual me encontro a frequentar actualmente. Tem sido uma experiência diferente e muito gratificante, marcada por diversas aprendizagens, muitas delas úteis para o dia-a-dia nomeadamente ao nível das Tecnologias da Informação e Comunicação. Deu-me a possibilidade de relembrar e transcrever de forma relativamente pormenorizada, as diversas etapas da minha história de vida, obrigando-me a momentos de reflexão que me levaram a concluir que até à data, o meu percurso de vida tem sido sustentado e rico em vivências. Tendo em conta as diversas áreas a serem desenvolvidas, aprendi a pesquisar sobre diversos assuntos o que me permitiu adquirir novos e úteis conhecimentos. 


 


À Descoberta do Meu Mundo


Quem ainda vive nunca diga: “NUNCA”!
O que é seguro não está seguro.
Tal como está não ficará.
E o “NUNCA” tornar-se-à hoje mesmo.
 
Beltort Brecht



Para mim, a obtenção da certificação do 12º ano, através do RVCC, é extremamente importante. Significa valorização pessoal (onde adquiri novos conhecimentos, através de pesquisas), valorização profissional (o novo grau académico possibilita-me, eventualmente, progressão na carreira profissional) e abertura a um possível curso de nível superior.
Por tudo isso, só tenho a agradecer esta oportunidade.
Quero agradecer à Escola Secundária Campos Melo, pela sua abertura a este programa e aos seus profissionais de ensino que são excelentes. Uma palavra muito especial à Dr.ª Olga Filipe, que além de estar devidamente preparada para esta função, demonstrou um profissionalismo muito acima da média e um apoio tremendo, com o seu empenho extraordinário, estando sempre disponível para me conduzir da melhor forma neste programa e dando-me sempre a força necessária para nunca desistir. Foi simplesmente inexcedível. O meu Obrigado Muito Especial.


Carlos Valente, Covilhã
Nível Secundário de Certificação

 




Testemunho de Carla Pais Pedro


“UM PEQUENO PASSO NA MINHA VIDA, UM PASSO GIGANTE PARA A MINHA VIDA PROFISSIONAL”






A escolha do título tem a ver com o meu estado de espírito que me levou a decidir dar o passo de me inscrever nas Novas Oportunidades.
Este processo representou um grande desafio que pode modificar a minha vida profissional originando um passo gigante na minha vida pessoal e familiar.
Já há alguns anos que pretendia acabar os meus estudos secundários. Devido à falta de motivação e também de alguns obstáculos na minha vida pessoal como o meu casamento e o nascimento dos meus filhos, não me permitiu que o fizesse em tempo oportuno.
Ao dar esse passo, em me inscrever num CNO, para ter um reconhecimento, validação e certificação das minhas competências, pensei em abrir um caminho, uma motivação e um sonho antigo, encontrando um método de estudo, para organizar o meu portefólio e atingir o 12º ano de escolaridade.
Toda esta motivação tinha como meta conseguir alcançar um sonho da minha vida qualificar-me com estudos de nível superior em contabilidade e auditoria e ser TOC, o que me beneficia pessoalmente e poderá promover no contexto da minha vida profissional.

Ao longo de vários meses empenhei-me em fazer o trabalho que me fora proposto, com uma grande ajuda, bastante preciosa, sempre pronta a esclarecer qualquer dúvida que me surgisse, a Dr.ª Olga Filipe. A quem agradeço muito não apenas por ser uma excelente profissional, mas também por ser, um Ser Humano Excepcional, uma grande AMIGA.
No dia 13 de Junho de 2011, vi o meu trabalho ser reconhecido, perante o júri, na Escola Campos Melo, da Covilhã.

 Foi uma experiência, bastante agradável que nunca irei esquecer e aqui deixo os meus agradecimentos, a todo o corpo docente e à Escola Campos Melo, por ser uma escola excepcional.
Quero referir que foi uma rampa de lançamento, ver as minhas competências reconhecidas, porque fiz a inscrição para a Universidade, para o curso de Contabilidade e Auditoria, sei que vão ser três anos difíceis, mas a vida é para a irmos conquistando aos poucos.
Um bem-haja.

Carla Garrido Pais Pedro
(Cascais)





Testemunho de Isabel Gonçalves Biscaia




 




"Aprendendo a tocar…
Nota após nota….
Assim como a Vida...

O objectivo é chegar ao final de cada pauta, de cada dia...
Tocando de forma triste ou alegre, com ritmo ou sem ele, a música tal como a vida tem variantes, tendo a oportunidade de recomeçar uma nova partitura, chegando ao fim com a certeza de que todas as notas foram tocadas com todo o esplendor, e no final aí sim, pegando em todas as partituras, alguém pode "Tocar" a história da minha vida, com todos os seus altos e baixos, pois por agora só posso ir tocando as partituras que já escrevi, pois as que hão-de vir ainda as estou a escrever..."

Nível Secundário, Belmonte





 Testemunho de Noémia Casaca Varanda

"Comprovei que de facilitismo neste processo não havia nada, pois em relação aos temas abordados haveria que aprofundar os conhecimentos muito para além dos que se têm e utilizam no dia-a-dia. Gostei dos temas de controvérsia abordados, temas esses que me fizeram aprender, pesquisar e aprofundar alguns conhecimentos já adquiridos. Foi um quebrar de rotina e uma lufada de ar fresco que me veio mais uma vez revigorar. E os conhecimentos que todo o processo envolve vieram enriquecer a minha pessoa e a minha vida! Aos meus homens quero aqui agradecer e relevar a ajuda e amparo que me deram…"

Nível Secundário, Belmonte







Testemunho de José Carlos Prata 



"Sempre quis concluir o ensino Secundário mas por dificuldades ou teimosia da vida nunca consegui, umas vezes por ter horários desajustados, outra por o filho pequeno, ou ainda, por haver áreas que não dominei tão bem. Acomodei-me à situação e, sinceramente, pensei que não o conseguiria concluir. Vi-me na situação de desemprego e decidi, que seria necessário fazer o Ensino Secundário, não só para diversificar as minhas competências, mas também, para ter mais oportunidades no mercado de trabalho. 
Conversei com alguns colegas e familiares que já tinham feito o seu Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, e inscrevi-me na Escola Secundária Campos Melo neste processo, com a vantagem de ter formação só uma vez por semana, o que era ideal. Mas, mesmo assim, para poder comparecer tive de fazer alguns esforços em termos de horários. Foi um quebrar da rotina, positivo, pois já há muito tempo que não me encontrava envolvido em algo que me desse tanto gosto."

Nível Secundário,  Covilhã





Testemunho de Augusta Vilela

Maio 2010











Decidi escrever este artigo para desmistificar a ideia que se criou de que o RVCC é sinónimo de facilitismo.
O ser humano tem o péssimo hábito de criar estereótipos e o desconhecimento leva a que sejam formulados juízos de valor pré-concebidos. É muito comum cairmos em dois erros completamente opostos, no primeiro somos passivos e aceitamos tudo como se fossem dogmas, no segundo criticamos tudo demasiado cedo sem conhecimento prévio das situações. Para evitar que se cometa o segundo erro deveria haver mais humildade e principalmente sermos mais receptivos em relação às inovações que vão surgindo. Este parece ser o caso das Novas Oportunidades.

Sem generalizar, e sabendo que cada Centro é singular, no meu caso pessoal, no CNO da Escola Secundária Campos Melo, a realização do processo RVCC foi para mim sinónimo de qualidade, dedicação e trabalho pois todas as semanas, sem excepção, ia às sessões. O processo fez-me sentir o poder mágico das palavras que brotaram da minha história de vida e, citando Eugénio de Andrade:


"São como um cristal
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem."




Também considero que foi fundamental ter tido uma excelente Profissional como a Dr.ª Olga a orientar-me e a encorajar-me ao longo deste processo. Senti-me bastante realizada por poder abordar temas culturais e sociais que sempre me fascinaram, especialmente a pintura, literatura e os problemas ambientais que estamos actualmente a enfrentar. A apresentação final em Júri foi muito importante porque me ajudou a vencer um pouco a timidez, além disso a simpatia e boa disposição dos membros do júri foram fundamentais para esse momento ser ainda mais especial.

Para que um país possa avançar é necessário investir na educação e acreditar em todos aqueles que querem continuar a ampliar os seus conhecimentos e que querem seguir os seus planos de futuro, também para o Ensino Superior. Pois, se existissem mais alunos que se certificaram num CNO não só, a afirmar intenções de prosseguimento de estudos em cursos superiores mas, a frequentá-los e concluí-los com sucesso, isso contribuiria para desmistificar as tais ideias pré-concebidas e a valorizar saberes adquiridos. Em relação aos meus projectos de entrar no Ensino Superior, apesar de ser muito difícil conciliar vida pessoal, profissional e os estudos continuo a pensar que não existem metas impossíveis de alcançar e para tal, não resisto à tentação de citar um grande poeta português Fernando Pessoa:



“Para ser grande, se inteiro.
Nada teu exagera ou exclui.
Se todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes."


Não posso deixar de citar também T. H. Huxley:
"O conhecido é finito, o desconhecido infinito, intelectualmente estamos numa ilha no meio de um oceano ilimitado de inexplicabilidade. O nosso dever em cada geração é recuperar um pouco mais de terra."
Deste modo, penso que prosseguir a minha valorização é essencial, ganhando pois, terra ao oceano.

Augusta Vilela
Nível Secundário






Testemunho Emanuel Amaral 

Fevereiro de 2010


















Na conclusão da minha apresentação, na sessão de certificação, achei importante destacar três tópicos que, penso eu, naturalmente se entrelaçam
*Agradecimentos
*Alvos futuros
*O valor destas “Novas Oportunidades”
Não posso deixar de referir que, desde há muito, notei no que lia e escutava, que o programa das Novas Oportunidades não gerava opiniões consensuais. Afinal, como tudo na vida. Essa razão, confesso, fez aumentar a dose de expectativa que sentia ao inscrever-me nele.
Ao assistir às primeiras sessões notei que nas suas linhas orientadoras existe, implicitamente, o valorizar a experiência de vida, o puxar para a escola quem dela já saíu há muito, o estimular o gosto de estudar e analisar criticamente o que nos rodeia.
De acordo com as pesquisas que tenho feito, observo com opiniões diversas.
Por exemplo, a certa altura, na leitura de um blogue, deparei-me com este texto:
“Sabemos como estas novas oportunidades se destinam a comprar as pessoas. Não lhes trazem mais pão, nem mais luz. Trazem-lhes a mentira. A fuga ao olhar sobre o passado, e como se deitaram por terra oportunidades. Agora seria preciso conquista-las. Com trabalho e determinação. Não com promessas preguiçosas e mentirosas.”
Não podia ficar indiferente, especialmente agora ao ter terminado o meu percurso neste programa.
Realmente sei que o facilitismo se infiltra em todas as actividades humanas. Quando existe um trabalho a ser feito, uma avaliação necessária ou um patamar de exigência requerido, há quem demonstre honestamente empenho no caminho e quem, por outro lado, siga o atalho da preguiça, da cunha, enfim, da obtenção imerecida do resultado.
Se a pessoa que escreveu este texto ficou desapontada por, em alguma altura, ter observado injustiça na avaliação e certificação de qualificações a algum adulto, isso não é um exclusivo das Novas Oportunidades. Encontramos essa indesejável tendência em muitas situações. Infelizmente.
Mas, devido a isso, apelidar globalmente este método de avaliação como um antro de “promessas preguiçosas e mentirosas”, parece-me, em si, um erro. Dizer que os alunos são “comprados” parece-me um tal dislate, que nem o recurso a uma hipérbole justificaria.
Os agradecimentos que faço visam dar o meu testemunho nesta questão.
Primeiro tenho que agradecer aos meus colegas. Vi trabalho e esforço. Vi adultos presentes numa sala de aula, depois de um dia de trabalho, com família, e mais trabalho em casa, à sua espera. Nessas condições vi homens e mulheres que estavam atentamente a escutar, a fazer perguntas aos professores e a dialogar com os colegas. Vi esses meus colegas a irem para casa com a intenção de, após terminada a lida caseira, colocarem-se em frente ao computador e fazerem os seus trabalhos de casa. Vi-os receberem comentários sobre o que tinham feito e, quando necessário, voltarem a reescreverem-no ou a pesquisar novas informações.
Se isto não é “trabalho e determinação”, não sei o que poderá ser.
Agradecer aos professores. Dar aulas a adultos não é o mesmo que as dar a jovens. Usando uma expressão popular, “a cabeça já não é o que era”, já não temos a agilidade que caracterizam os anos juvenis. E o que cérebro vai conseguindo fazer, ocupamo-lo com a ansiedade dos dias. Igualmente voltar a encarar toda a estrutura da escola, de uma sala de aula, de um professor à nossa frente, de uma avaliação, dá-nos uns arrepios na espinha. Temos a tendência de achar que o tempo que passou desde que deixamos a escola, fragilizo-nos, emergidos que ficamos na rotina do dia-a-dia, e que por isso vamos fazer fraca figura. Olhamos para os mais jovens com aquele receio de parecermos ridículos, confesso. Por isso os professores tiveram - e fizeram muito bem! - que adaptar-se a um tipo diferente de alunos. Demonstraram paciência, apoio e flexibilidade.
“Mentira”,” preguiça”? Só pode ser dito por quem nunca entrou aqui.
Falando do futuro. Escolhi para o tema do meu trabalho um verso do grande poeta andaluz, António Machado: “Se hace camino al andar.” Isso porque esta ocasião serviu para reflectir no meu percurso de vida, o caminho que já fiz. As Novas Oportunidades foram uma revisão do passado para pensar o trilho futuro. Desejo continuar a aprender. No que faço, manter-me actualizado. Seja por um caminho mais autodidacta, seja por um ensino mais formal, com as possibilidades do horário pós-laboral, ou do uso das novas tecnologias no ensino on-line. Este processo deu-me confiança e incentivo para tal.
Para dar uma espécie de resposta a quem chama as novas oportunidades de “nomes feios”, eu usaria uma outra citação: “Por meio de uma propaganda inteligente e constante, pode-se fazer crer que o céu é inferno e, inversamente, que a vida mais miserável é um verdadeiro paraíso.” - Adolf Hitler, Mein Kampf (Eu sei que o autor destas palavras não foi grande coisa, mas não deixa de ter certa razão nesta frase.)
Não é por se repetir insistentemente que as novas oportunidades não são um projecto sério, que isso se torna verdade.
A verdade consiste em entender o espírito de um projecto, de um programa, vivê-lo com seriedade, observar a motivação e o empenho dos demais, e então, tirar conclusões.
A verdade envolve conhecer as pessoas. Conhecê-las antes, durante e depois de terem sido certificadas. Saber o que fizeram, o grau de empenho que ostentaram e o que mudou na sua perspectiva para o futuro.
Pode parecer para alguns uma frase batida, mas não encontrei uma melhor para terminar a minha apresentação e assim definir o que para mim foram as novas oportunidades.
Aprender compensa. Sempre!






O referencial em Poesia de Ester Rato Correia

Maio de 2009
Competências em Cidadania:

Como mãe, como trabalhadora e como mulher
Reflecti nas responsabilidades e afazeres
Tendo demonstrado competências
Em Direitos e Deveres;

Explorei, nos lanifícios
As novas tecnologias como inovação
Para Complexidade e Mudança
Analisei o impacto da globalização;

Para Reflexividade
Muitos assuntos teria
Escolhi o preconceito da homossexualidade
e o assunto da burocracia;

Descobri aspectos de identidade e alteridade
Nos contributos de integração
E no âmbito das políticas públicas
Analisei desempenhos desajustados à qualificação;

Mostrei-me uma profissional convicta
Nas relações laborais
Reconhecendo deontologia e normas
Códigos e escolhas morais;

Reflecti na educação para a tolerância
Em abertura moral;
E sobre processos de negociação
No domínio laboral;

Evidenciei situações de argumentação e diálogo
A nível pessoal e global;
No primeiro, as vivências domésticas
No segundo, falando de uma greve e luta sindical;

Reflecti nos meus projectos
Na gestão do trabalho e na capacidade prospectiva;
Em todos estes assuntos
Descobri a importância de uma cidadania activa;


Competências em Sociedade, Tecnologia, Ciência:

Equipamentos domésticos
Que uso no dia a dia
Explorei o seu impacto
E a sua tecnologia;

Escolhi falar da tesoura
Da aprendizagem e da sua função;
Um precioso instrumento de trabalho
Descrevi a sua evolução;

Avaliei o meu consumo energético
Classe dos equipamentos e eficiência;
Aprendi ainda mais sobre o destino dos resíduos
Tenho muito mais a aprender com a experiência;

Os cuidados diários com a alimentação,
Prevenção de riscos na fábrica e lazer;
Foram aspectos que relatei
Para as minhas competências de saúde dar a conhecer;

Obras na casa, Empréstimos, e obstáculos
Relatei com pormenor e precisão
Foram trâmites complicados
Mas que me deram muitas competências de gestão;

Aprofundei competências de Novas Tecnologias
Falando do telemóvel, da tesoura e da comunicação social;
Analisei ainda os impactos da internet
No domínio macro-estrutural

A reconstrução da casa
E a sua funcionalidade
Foram aspectos que explorei
para urbanismo e mobilidade;

Também relatei experiências
De territorialidade;
No relato de uma reclamação
Na emigração e integração na sociedade;

Escolhi a eutanásia como assunto controverso
Compreendi melhor o papel do ADN e muito mais;
Estes alguns dos temas
De Saberes Fundamentais;

Tive necessidade de saber mais, investigar
Tenho um gosto muito grande pela leitura;
Tudo isto foi amplamente valorizado
Na Área de Comunicação e Cultura;


COMO ENCARO O PROCESSO

Senti-me uma pessoa única
Com altos e baixos e momento de procura
O processo serviu de balanço
Um alicerce para uma projecção futura;

A minha vida recolheu aspectos
Que, confrontados, ganharam valor;
Foi uma nova oportunidade
De provar que a luta de uma vida, o esforço de uma etapa… é também momentos de Amor.




Nível Secundário de Certificação, S. Domingos





Generalizações versus Evidências: o Processo RVCC

Opinião de António Dias

Abril 2009














Tive a oportunidade de assistir a uma sessão de avaliação final de candidatos (27 de Fevereiro de 2009) no âmbito do programa…NOVAS OPORTUNIDADES…e confesso que fiquei agradavelmente surpreendido com tudo aquilo a que me foi dado assistir.

Passo a explicar a razão da minha admiração e da impressão muito positiva que recolhi ao assistir a este evento:
Primeiro que tudo convém referenciar a ideia generalizada que se vai formando na opinião pública, na qual também me incluo, relativamente a este tipo de iniciativas lançadas pelo Ministério da Educação, que normalmente se associam a processos facilitadores, sem o sustentáculo pedagógico necessário para a correcta formação dos indivíduos, e tendo subjacentes objectivos políticos suportados em dados estatísticos decorrentes da sua realização.

Deste modo, ao assistir a esta avaliação final fui-me apercebendo, examinando após examinando, que efectivamente aquela ideia de que estávamos perante um processo facilitador que não se suportava numa formação de base adequada à habilitação a obter, não tinha qualquer razão de ser.

Antes pelo contrário, fiquei deveras bem impressionado com a qualidade das apresentações, com riqueza das vivências relatadas, autenticas licenciaturas da “Universidade da Vida”, e com a empatia relacional que constatei existir entre os orientadores (professores) e formandos sempre com um evidente grau de exigência e rigor nos diversos segmentos formativos que compõem o currículo do processo em apreço.

Outro aspecto curioso que julgo de realçar, é que um significativo número destes formandos, detentores de elevadas capacidades pessoais e profissionais, por diversas condicionantes das suas vidas privadas, não foram bafejados pela sorte de poderem, na altura própria, frequentar um estabelecimento de ensino que lhes possibilitasse obter uma habilitação académica para suporte de uma vida profissional diferente e mais adequadas às suas reais capacidades.

Por isso, mais se realça que, apesar dos anos passados, eles estarem presentes e prontos a “lutar” por aquilo que sempre quiserem fazer mas que as adversidades da vida não lho permitiram.

Por fim permito-me sugerir que se potencie a apresentação de algumas destas avaliações finais, em especial se houver uma gravação vídeo, para que elas possam ser objecto de apreciação e debate com os jovens alunos das nossas Escolas, pelas autênticas “Lições de Vida“ que elas encerram e que poderão contribuir para uma nova perspectiva de posicionamento na sociedade e na instituição familiar para muito dos nossos jovens.



Licenciado em Gestão Financeira
Lisboa, 2009







Testemunho  de Carlos Tomé Correia


(Maçaínhas, Belmonte)
Nível Secundário de Certificação














"O processo RVCC veio colmatar uma lacuna que tinha ficado na minha carreira de estudante. A minha actividade profissional, realizada sempre entre as vinte horas e as sete da madrugada, não me permitiria frequentar, com assiduidade, qualquer via de ensino alternativo. Quando me foi apresentado este projecto, aceitei imediatamente, e comprometi-me a fazer os possíveis e impossíveis, para cumprir os objectivos traçados.

Os muitos anos passados desde os tempos de estudante, foram os primeiros obstáculos a ultrapassar. Depois da engrenagem começar a funcionar, ainda que lentamente, fui conseguindo realizar os objectivos determinados pelos responsáveis. O espírito de grupo e de entreajuda de todos os colegas, foi essencial para conseguir levar o barco a bom porto. Nos momentos de maior empenhamento não deixava de surgir uma brincadeira, uma anedota, um sorriso, e o trabalho continuava.
Ao longo do percurso do RVCC procurei reforçar os meus conhecimentos e adquirir outros que, até então, me passavam despercebidos, ficando mais sensível em relação aos problemas laborais e do quotidiano. Procurei, reflexivamente, fortalecer o percurso da minha vida focando alguns aspectos mais importantes que traduzem a minha personalidade e aptidões profissionais.

Tenho consciência que a frequência deste processo de reconhecimento de competências contribuiu para estar mais preparado para o desempenho profissional e social, de um ponto de vista qualitativo, contribuindo, assim, para a melhoria da sociedade. Quero salientar a dedicação, o empenho, a disponibilidade de todos os senhores professores envolvidos, sem os quais muito dificilmente chegaríamos todos ao fim com o objectivo cumprido. A todos o meu muito obrigado."

Nível Secundário de Certificação, Maçaínhas, 2009







Testemunho de Isabel Maria Gonçalves














"O (re)conhecimento como a pedra de toque!

O contacto que tive com o Centro Novas Oportunidades da Escola Campos Melo não podia ser mais agradável.

Foi bom relembrar o ambiente de escola e voltar a pronunciar o nome “Professor”.
Com este regresso, senti-me mais valorizada do que nunca, por tudo aquilo que aprendi e por tudo aquilo que sou.

Uma única expressão resume tudo: encontrei no reconhecimento a pedra de toque!
O reconhecimento de que o que a vida nos ensinou é factor de crescimento pessoal e social e o quão é importante o que aprendemos ao longo da vida;
O reconhecimento de que essa aprendizagem é um trabalho de todos os dias e de que há sempre um “próximo capítulo”;

A consciência mais clara de que, apesar do trabalho de introspecção diário, há momentos em que a aprendizagem é mais intensa;
O reconhecimento de que há áreas em que podemos sempre aprender e melhorar;
O reconhecimento de que, no espírito de grupo, consolidamos aprendizagens.
Durante a realização do processo, comprovei que a escola valoriza a vida, o que gera um sentimento de verdadeira auto-estima “afinal eu tenho valor, fui capaz de realizar isto e muito mais!”. Era muito bom que a vida pudesse valorizar a escola na mesma proporção, no sentido de que o seu trabalho também fosse autenticamente (re)conhecido.

Em nós, uma palavra de reconhecimento a todos quantos, incansavelmente, após um dia de trabalho, tornaram muito estimulante este processo. Foi extraordinário conhecer formadores com uma capacidade de acolhimento, simpatia e uma disponibilidade cativantes. Cada um de nós vive e aprende de uma forma única, mas há também quem nos conduza de uma forma única, pessoa a pessoa, por aquilo que valemos. Ali encontrei um ambiente agradável, envolto em muita estima e muita compreensão e um trabalho cheio de profissionalismo. Obrigada!"


Nível Básico de Certificação, Covilhã









Testemunho de Jorge Pires Barroso








"Ao fazer uma análise superficial acerca do processo de RVCC, que conclui em 12/12/2008, na Escola Secundaria Campos Melo, e com o qual obtive o certificado do ensino secundário, verifico que este é de grande importância para mim, pois poderá trazer-me algumas oportunidades de melhorar a minha vida profissional.
Encarei este processo de RVCC não apenas como um modo imediato de obter a certificação de nível secundário, mas também, como uma forma de me valorizar e enriquecer pessoalmente.

Durante o processo, conheci pessoas com as quais aprendi muito e que me incentivaram na procura de mais e mais conhecimento.

Ao longo do decorrer destas duas certificações (básico e secundário) tive o prazer de trabalhar e aprender com alguns profissionais dos quais destaco dois aos quais me referiria com a palavra PROFISSIONAIS, pois ambos mostraram vontade, saber e empenho, muito para além do que as suas exigências profissionais lhes pediriam, são eles a Prof. ª Rosa Cruz e o Prof. Sérgio Mendes.

No decorrer das sessões que levaram ao Júri de Avaliação, fiz bastantes pesquisas não só na Internet como também em muitos livros, em qualquer destes meios as pesquisas não foram um trabalho, mas sim um prazer pois a consulta de ambos fazem parte dos meus hábitos diários, sendo assim uma recolha lenta e pormenorizada de conhecimentos que este processo de validação também veio certificar.
Considero este processo de reconhecimento de extrema utilidade, para quem como eu não terminou o seu percurso escolar, podendo agora após alguns anos de experiências e de saberes adquiridos ter finalizado esse mesmo percurso. Não considero o RVCC um fim de percurso, mas um meio para alcançar novas metas na busca de uma melhor formação pessoal, profissional e social."






Nível Secundário de Certificação, Paúl




Testemunho de Carla Pais

O ORGULHO DE SER CERTIFICADA PELO PROCESSO RVCC

15 de Abril de 2009







É com enorme orgulho que hoje escrevo estas palavras.
Há um tempo para tudo na vida em cada um de nós, em cada uma dessas etapas, devemos sempre escutar a nossa razão interior…
Quando era mais jovem e o tempo “pertencía-me”, deixei-o passar desatento, em relação à minha valorização pessoal.

Com o surgimento do Processo RVCC, senti que era uma oportunidade que não deveria desprezar, pois, não aparece duas vezes na vida a possibilidade de conseguir valorizar-me pessoal, social e profissionalmente.
Aproveitei-a, e esta foi a razão principal que me levou a aceitar este desafio!
Esta minha caminhada revelou-me que, após ter superado esta meta, sinto-me preparada e encorajada para enfrentar outras! Essas metas, reflectem-se na Progressão na carreira profissional com formação contínua em áreas adequadas, e Ingresso a médio prazo no Ensino Superior.
Actualmente, sei que é possível, através de iniciativa própria, ajudar a contribuir para a minha aprendizagem.

Quero “brilhar” noutros caminhos que me levem a adquirir novos conhecimentos. Desejo que esses mesmos conhecimentos, venham a reflectir-se numa nova etapa a percorrer.

A minha “vitória”, quero dedicá-la:

Àqueles que opinam sobre este processo sem terem conhecimento de causa, àqueles que tentam ofuscar o brilho do nosso esforço, para eles deixo aqui ficar registado que a nossa certificação é conseguida com muita, muita garra!
A quem um dia disse: “o 12º ano compra-se num supermercado e leva-se para casa”, quero dizer-lhe que estava redondamente enganado, porque num supermercado não se encontra, numa prateleira, o profissionalismo, a dedicação, a amizade, o apoio, a orientação, a persistência de uma excelente equipa de trabalho...
Num supermercado não se encontram os ingredientes necessários para a confecção do sucesso, pois necessitei de esforço, sacrifício, empenho e muitas, muitas horas de dedicação e trabalho… Pois, não é assim tão simples, como “ir ao supermercado”!
Agradeço à Profissional de RVC e a toda a equipa técnico-pedagógica que me apoiou e incentivou a chegar ao final do meu “percurso” com 88 créditos, deixo o meu reconhecimento - afinal, o que eu procurava, encontrei no CNO da Escola Campos Melo.
Deixo ficar um conselho para todos aqueles que estão a frequentar este processo ou pretendem nele ingressar: confiem sempre no vosso potencial e na orientação da equipa – da Profissional RVC e dos Formadores, pois eles são o alicerce do vosso sucesso!


Nível Secundário de Certificação – Maçainhas, 2009