Adultas de Nível Secundário
RVCC
do Centro Hospitalar
Cova da Beira
(Maria, Leonor, Gabriela, Maria
do Carmo, Elisabete, Otília e Ana Maria… )
“Este processo é dedicado à Maria
Reis, à vitória que o seu percurso de vida lhe outorgou. O sonho de menina
ganhou forma e vida. Hoje olho para trás e sinto-me orgulhosa de tudo o que já
consegui na vida. Não penso parar, espero alcançar mais, dar os melhores
princípios e conhecimentos ao meu filho.”
“Sou uma pessoa que gosto muito de
ver os outros felizes, embora saiba que nem sempre os nossos desejos são
conquistas reais. A vida tem sido para mim uma forte lição diária e com ela
tenho aprendido que nem tudo o que queremos nos é dado. É importante sentir
que, apesar de tudo, a vida está constantemente a oferecer-nos coisas boas. É
pena que seja tão difícil obtê-las. Por isso deixo nestas linhas escritas um
pouco de mim. Em relação a perspectivas para o futuro, neste momento pretendo
finalizar o 12.º ano, para poder subir na carreira profissional. E, como a
incerteza e instabilidade são cada vez maiores, é sempre bom termos um maior
nível de escolarização, para se poder concorrer a concursos, em que é exigido o
12.º Ano. Outro objectivo na minha vida é o ingresso no Ensino Superior. Sei
que é difícil, mas sem esforço e dedicação nada se consegue. Desejo ter mais um
filho, para o crescimento da minha família, porque são eles a alegria do nosso
lar. E para poder ter uma família feliz espero que nunca me faltem as forças
para trabalhar e realizar todos os meus desejos.”
“Este novo desafio, a inscrição
no Programa Novas Oportunidades, veio ao encontro dos meus objectivos de vida
pessoal e profissional. De facto, por um lado, permitiu-me recuperar o tempo
perdido, adquirir novos conhecimentos, aprofundar outros, conhecer novas
pessoas, ou seja, contribuir para o meu bem-estar pessoal. Por outro lado, a
aquisição de novas habilitações abre as portas a novos desempenhos e desafios
profissionais. Esta é a minha postura e até costumo incentivar as minhas
colegas que não acabaram a escolaridade obrigatória para voltarem a estudar.
Faz-me confusão como é que não têm por vezes vontade de aprender mais. Em
relação ao futuro, não gosto de fazer muitos projectos, mas eu gostava muito de
concluir o 12º ano e talvez concorrer ao exame dos maiores de 23 anos. Isto, se
ainda houver oportunidade, uma vez que como todos sabemos, o país passa por
dificuldades. O meu local de trabalho é muito bom e gosto muito de fazer o que
faço e não me arrependo de ter feito este esforço e dedicar tempo a esta opção.
Porque esta atitude é que me vai ajudar, porque é feita uma avaliação, e devo
tentar ser uma boa profissional e melhor ainda, se estiver qualificada para tal.
Com isto só terei vantagens em termos da vida profissional, pessoal e social.”
“Conclui o processo RVCC,
aproveitando assim a oportunidade que me foi oferecida, de obter a certificação
do 12º ano, um objectivo que fui obrigada a deixar para trás há muitos anos. Pois
como já referi na minha história da vida, devido às enormes dificuldades
económicas que existiam naquela época, fui forçada a abandonar os estudos para
ir trabalhar, e assim contribuir para o sustento da família. Esta certificação,
penso que tem ainda alguma importância na minha vida, apesar da minha idade.
Pois, profissionalmente, oferece-me uma maior segurança e estabilidade,
contribuindo também para uma maior valorização pessoal.”
“No ano de 2008, com o RVCC, consegui
concluir o 9.º ano, algo que, na altura, me trouxe uma grande satisfação
pessoal, na medida em que era um objectivo de há muitos anos. A aspiração de
continuar era grande, e assim que houve essa oportunidade, três anos mais
tarde, não pensei duas vezes. Tinha a perfeita noção
de que não seria tarefa fácil, mas a minha vontade e desejo de concretizar este
sonho, eram maiores. Hoje sinto-me orgulhosa de mim mesma...valeu
a pena todo este processo.”
“Para mim em termos pessoais e
profissionais, principalmente, é muito importante porque me qualifica e aumenta
o reconhecimento das minhas competências e me torna uma pessoa em pé de
igualdade com colegas meus, que tinham já essa qualificação. Foi muito boa esta
oportunidade. Penso por isso continuar a qualificar-me com mais formação para o
futuro.”
“A razão pela qual eu me inscrevi
no processo foi para poder adquirir o 12.º Ano de Escolaridade, porque voltar a
estudar à noite era-me totalmente impossível. Uma das razões é o pouco tempo
que tenho, e o meu horário de trabalho, que tal não me permitia. Assim, inscrevi-me
no programa Novas Oportunidades. Gostei da forma como se trabalhou, porque me
fez pesquisar e rever conhecimentos e até reflectir mais profundamente sobre
aspectos a que, provavelmente, dava pouca importância – os meus saberes, os que
decorrem das competências adquiridas na minha experiência da vida. E também,
confesso, para poder ter portas abertas para outras formações, e desafios de
vida, se alguma vez essa opção se colocar.”
A Profissional de RVC: Dr.ª Olga
Marques Filipe
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