quinta-feira, 19 de abril de 2012

Em retrospectiva…


Adultas de Nível Secundário RVCC
do Centro Hospitalar Cova da Beira



(Maria, Leonor, Gabriela, Maria do Carmo, Elisabete, Otília e Ana Maria… )


“Este processo é dedicado à Maria Reis, à vitória que o seu percurso de vida lhe outorgou. O sonho de menina ganhou forma e vida. Hoje olho para trás e sinto-me orgulhosa de tudo o que já consegui na vida. Não penso parar, espero alcançar mais, dar os melhores princípios e conhecimentos ao meu filho.”


“Sou uma pessoa que gosto muito de ver os outros felizes, embora saiba que nem sempre os nossos desejos são conquistas reais. A vida tem sido para mim uma forte lição diária e com ela tenho aprendido que nem tudo o que queremos nos é dado. É importante sentir que, apesar de tudo, a vida está constantemente a oferecer-nos coisas boas. É pena que seja tão difícil obtê-las. Por isso deixo nestas linhas escritas um pouco de mim. Em relação a perspectivas para o futuro, neste momento pretendo finalizar o 12.º ano, para poder subir na carreira profissional. E, como a incerteza e instabilidade são cada vez maiores, é sempre bom termos um maior nível de escolarização, para se poder concorrer a concursos, em que é exigido o 12.º Ano. Outro objectivo na minha vida é o ingresso no Ensino Superior. Sei que é difícil, mas sem esforço e dedicação nada se consegue. Desejo ter mais um filho, para o crescimento da minha família, porque são eles a alegria do nosso lar. E para poder ter uma família feliz espero que nunca me faltem as forças para trabalhar e realizar todos os meus desejos.”


“Este novo desafio, a inscrição no Programa Novas Oportunidades, veio ao encontro dos meus objectivos de vida pessoal e profissional. De facto, por um lado, permitiu-me recuperar o tempo perdido, adquirir novos conhecimentos, aprofundar outros, conhecer novas pessoas, ou seja, contribuir para o meu bem-estar pessoal. Por outro lado, a aquisição de novas habilitações abre as portas a novos desempenhos e desafios profissionais. Esta é a minha postura e até costumo incentivar as minhas colegas que não acabaram a escolaridade obrigatória para voltarem a estudar. Faz-me confusão como é que não têm por vezes vontade de aprender mais. Em relação ao futuro, não gosto de fazer muitos projectos, mas eu gostava muito de concluir o 12º ano e talvez concorrer ao exame dos maiores de 23 anos. Isto, se ainda houver oportunidade, uma vez que como todos sabemos, o país passa por dificuldades. O meu local de trabalho é muito bom e gosto muito de fazer o que faço e não me arrependo de ter feito este esforço e dedicar tempo a esta opção. Porque esta atitude é que me vai ajudar, porque é feita uma avaliação, e devo tentar ser uma boa profissional e melhor ainda, se estiver qualificada para tal. Com isto só terei vantagens em termos da vida profissional, pessoal e social.”


“Conclui o processo RVCC, aproveitando assim a oportunidade que me foi oferecida, de obter a certificação do 12º ano, um objectivo que fui obrigada a deixar para trás há muitos anos. Pois como já referi na minha história da vida, devido às enormes dificuldades económicas que existiam naquela época, fui forçada a abandonar os estudos para ir trabalhar, e assim contribuir para o sustento da família. Esta certificação, penso que tem ainda alguma importância na minha vida, apesar da minha idade. Pois, profissionalmente, oferece-me uma maior segurança e estabilidade, contribuindo também para uma maior valorização pessoal.”




“Para mim em termos pessoais e profissionais, principalmente, é muito importante porque me qualifica e aumenta o reconhecimento das minhas competências e me torna uma pessoa em pé de igualdade com colegas meus, que tinham já essa qualificação. Foi muito boa esta oportunidade. Penso por isso continuar a qualificar-me com mais formação para o futuro.”


“A razão pela qual eu me inscrevi no processo foi para poder adquirir o 12.º Ano de Escolaridade, porque voltar a estudar à noite era-me totalmente impossível. Uma das razões é o pouco tempo que tenho, e o meu horário de trabalho, que tal não me permitia. Assim, inscrevi-me no programa Novas Oportunidades. Gostei da forma como se trabalhou, porque me fez pesquisar e rever conhecimentos e até reflectir mais profundamente sobre aspectos a que, provavelmente, dava pouca importância – os meus saberes, os que decorrem das competências adquiridas na minha experiência da vida. E também, confesso, para poder ter portas abertas para outras formações, e desafios de vida, se alguma vez essa opção se colocar.”



A Profissional de RVC: Dr.ª Olga Marques Filipe




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