segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Valeu a Pena

Nunca pensei que esta sexta-feira chegasse assim tão de repente, quando há um ano me inscrevi neste processo de RVCC. Pensei que mais dia menos dia iria desistir devido à falta de tempo e à sofisticação exigida por este processo.

Mas eis que ali estou eu. À minha frente oito pessoas, entre formadores e responsáveis.

E perguntava eu para mim mesmo quem sou eu para merecer tamanha importância? Afinal não sou só um número, não sou mais um do molho? Que importância tenho eu para esta gente? O que significa a minha vinda, de tão importante para esta gente, professores, formadores e respectiva assistência neste auditório?

Sou como num jogo de xadrez a peça mais importante em todo este tabuleiro, sou na realidade alguém a quem se dá a importância devida, alguém que me faz recordar os tempos idos de infância, em que os valores morais me eram incutidos em casa e na escola pela minha professora, que ainda hoje não esqueci e nunca esquecerei.

Todos estes professores neste auditório querem algo de mim, querem que eu seja mais que um simples aluno, querem eu lhes mostre o fruto do seu trabalho, da sua dedicação, a mim, a um adulto que porventura só lhes causei trabalho e dores de cabeça.

Afinal são pessoas especiais! Tão especiais como muita gente conhecida das revistas, são “pessoas” especiais anónimas, somente conhecidas por quem lida diariamente com elas. Têm ainda uma disponibilidade que não sei explicar bem, será que não têm vida familiar? Filhos? Marido ou esposa? Que pessoas são estas que se dedicam de corpo e alma a uma causa? A um processo de RVCC, de adultos que pelas mais diversas razões deixaram de estudar e que agora querem completar os seus estudos! E querem que tudo lhes seja explicado e interpretado, como se fossem os professores, que estão diante de si, os culpados das suas “desgraças” pessoais!

Sinto o dever de hoje e aqui, deixar um bem-haja a todos estes professores que acima de tudo desempenham uma função social, de tolerância e de transmissão de valores que tão esquecidos estão hoje. Sempre mal vistos e desamparados como estão, são seres humanos dedicados à causa de outros, os quais não conhecem e tão afavelmente acolhem no mundo do ensino.

José Reis
Formando do RVCC certificado com o 12º Ano

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