terça-feira, 27 de julho de 2010

Paúl - Sessão de Júri de Certificação

No conjunto de várias sessões foram certificados um conjunto de doze formandos.

Carla Martins demonstrou como quão exigente é a sua actividade profissional. Neste momento é assistente operacional. Para além das funções naturais da sua actividade tem a seu cuidado uma criança que sofre de multideficiência.

Isabel Castanheira destacou as diferenças entre os países que conheceu, França, Portugal e Suíça. A diferente perspectiva que tem do mundo tem-lhe possibilitado educar os seus filhos de uma forma bem distinta daquela que educaria caso apenas tivesse vivido em Portugal e, mais precisamente, no Paul.

Joaquim Miguel Mendes deu maior ênfase ao facto do seu percurso profissional ter sido condicionado pela sua vida pessoal. Após ter casado o candidato foi obrigado a abandonar a profissão de segurança, em Lisboa, para se tornar carpinteiro na localidade do Paúl.

Jorge Valezim é actualmente militar da GNR na terra de onde é originário. Este candidato explicou como é difícil desempenhar as funções profissionais num local onde é conhecido por todos. No entanto, acrescentou, fá-lo por gosto. De acordo com a sua opinião um bom militar não tem a necessidade de multar permanentemente. Para si, no que diz respeito às funções de um militar da GNR, o bem da comunidade deve estar acima dos interesses económicos do Estado.

José da Rua Leal explicou como dedicou toda a sua vida em prol dos outros. Foi um dos militares responsáveis pela entrega do território moçambicano por parte do Estado Português às tropas da FRELIMO. Depois foi militar da GNR em diferentes pontos do país e, por último, é membro da Assembleia da Junta de Freguesia do Paul.

Júlia Cristóvão deu maior ênfase às competências adquiridas no percurso de vida religioso. A fé em Deus tem ajudado a candidata a superar os vários obstáculos que lhe têm surgido na vida.

Júlio Santos explicou como gosto de viver e a forma com desfruta as pequenas coisas que a vida tem para lhe oferecer, o auxiliam ter a qualidade de vida e a manter-se permanentemente activo. Das suas OITENTA E OITO primaveras fazem parte muitas memórias do Paúl e de Lisboa, da Refinaria do Ultramar e do Centro Nacional de Cultura, dos Ranchos dos quais fez parte e ainda dos Estádios de Alvalade e da Tapadinha onde passou várias tardes de domingo. No meio da apresentação deixou-nos um excerto de um poema da sua autoria onde justifica a sua entrada no processo.

Alguém um dia me convidou

E fizeram muito bem

Se queria ir estudar

Para chegar mais além.

O saber não ocupa lugar,

Lá diz o velho rifão

E por isso vim estudar,

Com toda a satisfação.

(…)

Já alguém me disse mas para quê

Andares a quebrar a cabeça

Na tua idade ja não adiantas,

Evitar que algo te aconteça

Eu sei que nada adianto,

Para a minha vida ou profissão

Mas só sei que para mim.

Só serve de galardão.

Luís Filipe Duarte centrou a sua apresentação nas competências adquiridas no contexto associativo. Com pouco mais de vinte anos foi presidente da Banda Filarmónica do Paúl e, actualmente, é Bombeiro Voluntário na sua localidade.

Regina Fonseca demonstrou como o gosto pela vida associativa, incutido pelos seus pais, acabou por influenciar a sua forma de ver o mundo. Após a reforma, por razões de saúde, a formanda decidiu dedicar o seu tempo livre em prol do movimento associativo. Neste momento é responsável pela dinamização de várias secções da Casa do Benfica do Paul e da ADC do Paul.

Rui Macedo começou por explicar que a sua vida é como uma pista de kart, com curvas e mais curvas. Esta analogia prende-se com o facto de ter emigrado para a Suíça com apenas vinte anos, país onde esteve até há bem pouco tempo. Neste momento espera acrescentar mais algumas curvas à sua vida. Casou recentemente, ambiciona concluir a casa própria, que está edificar, e espera criar o filho que a sua esposa aguarda.

Rui Vaz começou por apresentar a sua terra natal, Benguela. Após o 25 de Abril de 1974 veio para Portugal onde foi apelidado de “retornado”, embora nunca se tenha sentido como tal. Na sua perspectiva é um filho legítimo de África. Neste momento trabalha na secção de repenteação na Penteadora, ou seja, é responsável por tirar as últimas impurezas dos tecidos.

A Rufina Mendes demonstrou como o facto de ter emigrado com os pais para a França condicionou a sua vida. Inicialmente sentiu dificuldades por não dominar o idioma francês. Depois, quando casou e regressou a Portugal não se adaptou. Retornou à França onde esteve durante alguns anos até vir definitivamente para o Paúl com os seus filhos.

Como nota final, refira-se que a grande maioria dos candidatos viu serem-lhe reconhecidas as suas competências em língua estrangeira no francês. Ao facto não será alheio a forte tradição de emigração desta localidade. Grande parte dos candidatos emigrou, ou tem familiares que abandonaram a vila, para países da Europa Central, como a França, a Suíça ou o Luxemburgo ou para a América do Norte, mais precisamente, para o Canadá.

Os parabéns, de toda equipa pedagógica, para os formandos. É muito fácil trabalhar com um grupo sério, empenhado e dedicado.






Sem comentários: