terça-feira, 1 de março de 2011

Novas Oportunidades a Ler+

Hoje, pretende-se homenagear aquele que foi um dos maiores escritores portugueses do século XX, Vergílio Ferreira. Autor de uma vasta obra, de carácter singular, faleceu no dia 1 de Março de 1996, não sem antes nos dizer “Vou entrar a escrever no paraíso”. 
Nascido no concelho de Gouveia, reuniu em si as facetas de filósofo, escritor, romancista e professor, mostrando sempre uma preocupação com a vida e a cultura.
Ao longo da sua obra reflectiu sobre o sentido da vida, o mistério da existência, o nascimento, a morte, tudo o que preocupa o homem e diz respeito à sua condição. Nesse sentido, ficou célebre a pergunta que surge na Aparição, “Quem sou eu?”
Manhã Submersa ou Para Sempre são, sem dúvida, romances que merecem a nossa leitura e a nossa reflexão. Mas gostaria de deixar a todos uma proposta igualmente interessante, pela forma como nos cativa e nos prende à leitura. Cartas a Sandra, é um elogio ao amor, à paixão, ao que de melhor existe no ser humano. Paulo, o autor das cartas, escreve à sua mulher, Sandra, já falecida, e dá-lhe conta de todo o amor que tem por ela e que nem a morte consegue apagar. Vê, ouve e sente aquela que foi a sua companheira, a mãe dos seus filhos, a mulher especial, única, e a quem precisa de mostrar o grande amor que ainda sente e a falta que ela lhe faz. Conversa com ela como se continuasse ao seu lado; deixa um espaço vazio na cama à espera que o vá ocupar.
A todos aqueles que acreditam no amor eterno, que nem a morte afasta, recomendo a leitura de Cartas a Sandra. Talvez possamos, depois, partilhar opiniões e sentimentos numa próxima sessão.

Querida Sandra. É por isso que nunca nos amámos em total e clara revelação, penso agora. Pelo menos não me lembro. Sei de cor o teu corpo, mas justamente de cor e não quanto profundamente o amei. Mas quando foi que eu mais te amei? E de súbito lembro-me de que foi quando te perdi, quando separaste do meu, o teu destino.
                                                                                                                                                                                                                    Cartas a Sandra

                      A formadora de CLC, Maria da Luz Belizário

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